Boletim  Eletrônico  da Executiva Nacional da CUT

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Secretaria Nacional de Comunicação

 14/05/ 2002



PLENÁRIA NACIONAL

Plenária da CUT aprova plano de lutas

Após discutir a conjuntura nacional e internacional, fazer o balanço político e organizativo da gestão da atual Executiva Nacional (2000-03), debater e aprovar ações para as chamadas "políticas permanentes", os delegados definiram um "plano de lutas" a ser realizado até o final deste ano. O "plano de lutas" são as atividades que o movimento sindical cutista privilegia para um determinado período, em função das análises que faz. O Informacut selecionou as principais deliberações.

Contra a redução de direitos - A CUT está disposta a ir à greve geral caso o governo insista em manter o Projeto de Lei que altera o artigo 618 da CLT, retirando todas as garantias do trabalhador em ter licença maternidade, férias, 13º salário, descanso semanal remunerado, entre outros direitos. A CUT também lançará uma ampla campanha pela redução da jornada de trabalho (e contra as horas extras) como forma de forçar a contratação de mais emprego.

Campanhas Salariais Unificadas - Dentre as pautas unificadas das categorias em negociação salarial farão constar a mobilização contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, as regulamentações da lei de greve, pela anistia aos trabalhadores demitidos por participarem de atividades sindicais, em defesa da Saúde Pública e em defesa do Seguro Acidente do Trabalhador.

Campanha Nacional em Defesa do Emprego, contra as Demissões - Realizar, no dia 25 de julho, um Dia Nacional de Mobilização contra a flexibilização dos direitos e em defesa da reforma agrária, por mais e melhores empregos e pela redução da jornada de trabalho.
Grito da Terra Brasil - Realizar entre os dias 21 a 23 de maio, o Grito da Terra, com a mobilização dos milhões de trabalhadores rurais que reivindicam a reforma agrária, além de subsídios, crédito e infra-estrutura para a viabilização da agricultura no país.
Grito dos Excluídos - Participar ativamente do Grito dos Excluídos, ato promovido pela CNBB, movimento sindical e partidos políticos no dia 7 de setembro.

Internacional - A CUT deverá desenvolver campanhas de solidariedade aos povos da Argentina, Colômbia e Palestina pelas difíceis conjunturas que vêem passando. Uma das atividades, será a organização de uma marcha, em junho, rumo à fronteira do Brasil com a Argentina (Uruguaiana com Passos de Los Libres).

Contra a ALCA- Entre os dias 1 a 9 de setembro acontecerá em todo o território nacional um Plebiscito (não oficial) sobre a implantação da Área de Livre Comércio das Américas, ALCA. A CUT deverá engajar-se nesta campanha contra a participação do Brasil, organizando comitês nos sindicatos para arrecadar assinaturas.

Participação no FSM em 2003 - A CUT deverá se organizar para, novamente, Ter uma boa participação durante as atividades do Fórum Social Mundial, que será realizado, em Porto Alegre, RS, pela terceira vez consecutiva. Antes, em outubro deste ano, deverá participar do Fórum Social Continental (uma preparação do FSM do ano que vem).
Mulheres - Realizar a edição brasileira da Marcha Mundial de Mulheres, em outubro desse ano, pela elevação do salário mínimo e contra a impunidade. Organizar a 2ª edição da Marcha das Margaridas, em março de 2003, e lançar a campanha em defesa da licença maternidade.

Eleições - Constituir comitês sindicais em todos os estados para levar adiante a candidatura de candidaturas comprometidas com os interesses dos trabalhadores, principalmente, a candidatura de Lula à Presidência da República.

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ELEIÇÕES I

CUT apoiará a candidatura Lula

A 10ª Plenária Nacional da CUT, segunda instância de deliberação da central, aprovou pela grande maioria dos votos, apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (do PT), nas próximas eleições presidenciais.

Foram apresentados aos 414 delegados credenciados à Plenária sete textos analíticos sobre a conjuntura e a necessidade da CUT engajar-se em uma das candidaturas que mais se aproximasse aos seus princípios. Seis delas apontaram para a candidatura de Lula.
"O desenvolvimento que os trabalhadores defendem é diferente de um simples aumento dos índices de crescimento da economia acompanhado de programas sociais compensatórios. O país precisa eliminar a exclusão, que é estrutural, distribuindo renda e produzindo os bens que a população precisa consumir. Isto sem abrir mão dos confortos da vida moderna e defendendo a integração soberana do país na economia global. Só Lula reúne as condições para garantir as transformações que o Brasil precisa", diz trecho do documento que obteve a ampla maioria dos votos.

As outras candidaturas de oposição ao governo, segundo o documento, não dispõem de uma base de sustentação popular, além de privilegiar um pacto com as elites, de um lado, e o populismo, de outro.

A CUT, apesar do apoio declarado à candidatura Lula, sabe perfeitamente das diferenças que existem entre o Sindicato e o Partido. Sabe, também, que será absolutamente necessários preservar sua autonomia e independência de um eventual governo Lula. Admite que eleger um governo democrático e popular não irá resolver todos os problemas, mas, pelo menos, acredita nas garantias a uma "negociação transparente e de boa fé, na qual os interesses dos trabalhadores serão devidamente considerados".
Clique aqui para ler a íntegra da resolução sobre o apoio à candidatura Lula. 

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ELEIÇÕES II

Felicio apresenta propostas para Lula

O presidente nacional da CUT, João Felicio, encabeçará uma comitiva de líderes sindicais cutistas para entregar, hoje, às 10 horas, no Hotel Hilton, ao pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, propostas da central sobre "geração de emprego, renda e relações de trabalho decentes". O documento faz análises da situação do trabalhador nos anos 90, em particular dos anos FHC, e faz propostas nas áreas da reforma fiscal e tributária; política industrial; política de financiamento; políticas para a economia solidária e desenvolvimento; de consolidação de um sistema público de emprego e ampliação do seguro desemprego; valorização do salário mínimo nacional e do programa Bolsa Escola; redução da jornada de trabalho para todos, sem redução de salários; por um sistema de relações de trabalho decente e políticas agrícolas e agrárias, com desenvolvimento rural sustentável.

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TEMPO LIVRE

CUT e Dieese lançam site sobre a redução da jornada

A CUT e o Dieese lançaram, durante a realização da 10ª Plenária Nacional, o Fórum Eletrônico pela Redução da Jornada de Trabalho, que pode ser acessado, a partir de hoje, pelo endereço http://www.tempolivre.org.br/.

O Fórum quer propiciar à população um amplo debate sobre o tema, aprofundando conhecimentos, reunindo a maior quantidade possível de informações sobre o significado da redução da jornada e, principalmente, oferecendo elementos para a elaboração de propostas para a sua efetiva implementação.

O Fórum Eletrônico conta com seções dedicadas à informação sobre o tema, serviços como correio, links e, ainda, à pesquisa e a debates. Completa este quadro um boletim informativo sobre o conteúdo, objetivos e as iniciativas do fórum.

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FÓRMULA I

A toda poderosa Ferrari

A forma como o piloto da Ferrari, o alemão Michael Schumacher, venceu o GP da Áustria, neste último domingo, reflete e retrata, de maneira mais didática possível, o conceito que, infelizmente, predomina, hoje, na política e na economia internacionais: que é perfeitamente natural uma grande empresa passar por cima da honra, desejos, expectativas de nações e populações inteiras. É o tal projeto neoliberal aplicado à risca atazanando nossas vidas. No caso, nós, brasileiros, alemães e italianos, principalmente, certamente, coramos de vergonha.

Para os fanáticos torcedores da Ferrari em todo o mundo, principalmente os italianos, ficou a péssima imagem de uma empresa antidesportiva, que lhe falta o bom senso e que cultua a frieza da busca veloz pelos lucros a qualquer preço.

Para os alemães, uma inusitada imagem de um super-constrangido atual campeão mundial de Fórmula 1, praticamente pedindo desculpas pela "vitória" que teve, cedendo seu lugar no pódio e a respectiva taça de vencedor ao seu parceiro de escuderia, além de ter que escutar o hino de seu país no lugar reservado ao vice. Ridículo.

Para os brasileiros, sobrou a sensação da derrota, do menosprezo, do terceiro-mundismo, e de quem já se acostumou a reverenciar a "empresa", como ser unipotente, em substituição à soberania e ao sangue verde-amarelo que corre em nossas veias. Por mais que os analistas esportivos digam que "Rubinho levou, mas não ganhou", ou que "Schumacher ganhou, mas não levou", não convencem. Rubens Barrichello foi o segundo colocado no GP da Áustria e ponto. Por ordens da Ferrari. E Rubinho, concordou! Segundo ele, tinha que ser assim, porque seu contrato o obriga a acatar ordens, para o deleite de Jean Todt, o todo poderoso, diretor-técnico da empresa.

Ah! a nota oficial de FHC sobre o episódio? Refletiu sua corrida e parada nos boxes muito ruins, demonstrando o porquê não consegue emplacar seu governo na última volta. Deverá, este sim por merecimento, ficar no segundo lugar do pódio.

João Felício
Presidente Nacional da CUT

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SECRETÁRIA NACIONAL DE COMUNICAÇÃO: SANDRA CABRAL

Equipe: Cid Marcondes  -  Marco Godoy  -  Láldert Castello Branco  - Sergio dos Santos